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Capitalismo Brasileiro: Entre a Lógica do Mercado e a Cultura. Influência da Lógica do Mercado

  • 18 de fev.
  • 4 min de leitura

18/02/2025


Influência da Lógica do Mercado

O capitalismo brasileiro se desenvolveu dentro de uma dinâmica própria, combinando elementos do mercado globalizado com aspectos culturais e sociais característicos do país. Como qualquer sistema capitalista, ele se baseia na propriedade privada, na concorrência e no individualismo, mas no Brasil, essa lógica se entrelaça com fatores históricos, políticos e culturais que definem sua singularidade.


A Influência da Lógica do Mercado

A lógica do mercado capitalista é um dos principais motores da economia brasileira, estruturando as relações de produção e consumo. A partir da década de 1990, com a adoção de políticas neoliberais, houve um aprofundamento da influência do mercado na vida cotidiana, resultando na privatização de serviços públicos, na flexibilização das relações de trabalho e na crescente mercantilização da cultura e do lazer.


No entanto, esse modelo econômico não ocorreu sem resistências e adaptações. Diferente de países onde o capitalismo se consolidou sob um modelo clássico de livre mercado, o Brasil manteve um forte papel estatal, especialmente em setores estratégicos, ao mesmo tempo em que adotou uma abordagem de mercado na gestão de sua economia.


A Cultura Como Espaço de Resistência e Reprodução do Mercado

Se, por um lado, o mercado impõe suas regras e estrutura as relações econômicas, por outro, a cultura no Brasil é um campo dinâmico, que tanto reproduz quanto questiona a lógica do capital. A indústria cultural, que inclui cinema, música, televisão e redes sociais, tornou-se um dos principais vetores da reprodução dos valores mercantis, massificando padrões de consumo e influenciando comportamentos.


Porém, ao mesmo tempo, observa-se uma forte capacidade de adaptação e ressignificação da cultura popular, que frequentemente se coloca como espaço de crítica ao modelo econômico vigente. Movimentos culturais periféricos, como o hip-hop, o funk e a literatura marginal, emergem como formas de expressão que desafiam as hierarquias impostas pelo mercado, denunciando desigualdades e promovendo outras perspectivas de desenvolvimento.


A Indústria Cultural e a Homogeneização do Consumo

O conceito de "indústria cultural", desenvolvido pela Escola de Frankfurt, é fundamental para entender como o capitalismo brasileiro molda não apenas a economia, mas também a subjetividade e os valores da sociedade. Os meios de comunicação de massa, amplamente controlados por grandes corporações, funcionam como disseminadores de um ideário de consumo, reforçando padrões de comportamento que perpetuam a lógica do mercado.


O entretenimento no Brasil, seja na televisão, na música ou no cinema, frequentemente reproduz narrativas que naturalizam a desigualdade social e promovem o conformismo.


Contudo, há também espaço para a resistência e para a emergência de narrativas alternativas que questionam esse modelo, criando brechas para novas formas de produção cultural.


Lógica do Mercado e a Subjetividade Contemporânea

A influência do mercado capitalista no Brasil vai além da economia e da cultura, alcançando também a forma como os indivíduos se relacionam com o mundo e consigo mesmos. O discurso neoliberal enfatiza a responsabilização individual pelo sucesso ou fracasso, invisibilizando as estruturas econômicas e sociais que condicionam a vida das pessoas.


Esse processo gera um sentimento constante de inadequação, impulsionando os indivíduos a um ciclo incessante de consumo para manter sua relevância social. A busca por um padrão inalcançável de sucesso e felicidade gera uma sociedade ansiosa, onde a saúde mental é comprometida pela necessidade de se adequar às exigências do mercado.


Conclusão

O capitalismo brasileiro se encontra em uma encruzilhada entre a lógica do mercado e as manifestações culturais que tanto o reforçam quanto o contestam. Enquanto a indústria cultural e a mercantilização da vida cotidiana consolidam a hegemonia do mercado, há também espaço para resistências que desafiam essa lógica e propõem novas formas de organização econômica e social.


O desafio para o pensamento crítico no Brasil é compreender essas dinâmicas e explorar alternativas que promovam um desenvolvimento mais equitativo e humanizado, que reconheça o valor da cultura não apenas como mercadoria, mas como um espaço de criação, identidade e transformação social.


Este artigo foi elaborado através do artigo científico Lógica do mercado e lógica cultural no capitalismo atual de Angela Ganem

Resumo do Artigo Científico

O artigo "Lógica do Mercado e Lógica Cultural no Capitalismo Atual" de Angela Ganem explora a relação dialética entre a lógica do mercado e a lógica cultural no capitalismo contemporâneo. ​

O capitalismo, fundamentado na propriedade privada, concorrência e individualismo, é analisado no contexto da ordem capitalista globalizada atual. ​

O estudo busca identificar expressões culturais (políticas, artísticas, comportamentais e psíquicas) que reproduzem e reforçam a lógica do mercado capitalista. ​

Apesar de reformas e resistências culturais, a lógica do mercado continua a invadir espaços geográficos, sociais e subjetivos, com consequências desastrosas. ​

A autora destaca a importância da interdisciplinaridade entre economia e cultura para entender essa relação e critica a indústria cultural como um agente disseminador de valores que reforça a ordem capitalista. ​

O artigo também aborda a influência da lógica do mercado na política, sociedade, subjetividades e artes, destacando a crítica de Hannah Arendt ao consumismo e à alienação na sociedade de massas.


Acesse o artigo completo aqui


A Contabilizza apoia os estudos científicos e acredita que a divulgação e amplitude desses debates fortalecem o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil.






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